O que é ginecomastia

O Dr. Romeu Fadul possui diversas publicações, clique e conheça a relação de todas. 

Ginecomastia (literalmente, mamas femininas) é causada por um desenvolvimento excessivo no tecido da região mamária masculina e ocorre nas fases de mudanças hormonais do homem (infância, adolescência e velhice) sem nenhuma patologia de base, na maior parte dos casos. A alteração é normalmente causada por uma variedade de mudanças hormonais, sendo a maioria delas reversíveis durante a puberdade. Ou seja, a ginecomastia é, na maioria dos casos nesta faixa etária, uma condição benigna, tratável e corrigível.

Porém, causas orgânicas devem ser consideradas, especialmente em pacientes mais velhos. “Se a condição persistir em um adolescente, a correção cirúrgica é realizada com redução satisfatória na maioria dos pacientes. Lipoaspiração é um procedimento auxiliar no refinamento dos resultados, mas em poucos pacientes pode ser usado como procedimento exclusivo”, explica Dr. Romeu Fadul Júnior, cirurgião-plástico e pós-graduando da Disciplina de Cirurgia Plástica da Unifesp/ EPM.

De acordo com o especialista, a maioria dos homens com ginecomastia são viris, mas seu formato mamário feminino é uma causa importante de vergonha e inibição. Vários fatores sócio-culturais influenciam sua não aceitação pelo homem, sendo nos tempos modernos considerada uma deformidade. Embora vários estudos tenham sido realizados visando expandir as opções medicamentosas para tratamento da ginecomastia, a cirurgia do tecido mamário permanece como o método de escolha para sua correção. “Devido ao estresse psicológico ser a razão principal para a indicação cirúrgica, os resultados estéticos têm grande importância para esses pacientes, devendo-se considerar o tamanho da cicatriz e deixá-la o mais imperceptível possível”, completa o cirurgião.

Sinais Clínicos, Sintomas e Causas

No homem adulto normal, não há tecido mamário palpável. A ginecomastia apresenta-se como uma massa na região mamária, palpável, variando de 1,0 a 10 cm de diâmetro. Ela apresenta-se geralmente unilateral, podendo desenvolver-se, após meses ou anos na outra mama. “Quando as duas mamas estão comprometidas, pode haver assimetria e a história de desenvolvimento, seqüencial ou simultâneo, é importante”, elucida Dr. Romeu.

O mamilo e a aréola raramente apresentam mudanças significativas, embora hipertrofia dos mamilos e alargamento das aréolas possam ocorrer. Os sintomas limitam-se à massa palpável e pouca dor à palpação, principalmente nos adolescentes, porém na maioria dos casos, a doença é assintomática.

A maioria dos casos de ginecomastia apresenta-se na puberdade, com uma incidência de 65% jovens entre 14 e 15 anos. Essa condição desaparece durante os últimos anos da adolescência, apresentando-se apenas em 7% aos 17 anos de idade. A incidência aumenta com a progressão da idade, atingindo até 30% nos homens idosos.

As diferentes causas de ginecomastia determinam a abordagem terapêutica mais apropriada. O uso abusivo de bebida alcoólica e maconha podem predispor ao desenvolvimento da doença. “A causa mais comum é um aumento nos estrógenos, uma diminuição nos andrógenos, ou um déficit nos receptores androgênicos. Ou seja, os fatores hormonais constituem a causa principal desta disfunção”, explica Dr. José G. Mendes, membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

“Se a causa for puberdade, é melhor esperar pelo menos dois anos para a regressão espontânea ocorrer. Curiosamente, temos detectado que os garotos que modelam o corpo nas academias de ginástica desenvolvem a ginecomastia. Na pressa de resultados, ingerem esteróides, causando a deformidade, que só pode ser resolvida cirurgicamente”, acrescenta o médico. Existem outras causas de ginecomastia. Nos casos de homens de idade mais avançada, o uso de medicação no tratamento das úlceras gástricas, tumores da glândula mamária e alterações hormonais exigem uma maior investigação clínica.

De acordo com os coordenadores da Disciplina de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina, a classificação da ginecomastia baseada nas necessidades cirúrgicas é a melhor. Para o planejamento cirúrgico, normalmente os especialistas preferem considerar três classificações:

Grau I: um botão localizado de tecido glandular que é concentrado ao redor da aréola que, geralmente, são fáceis de remover; tórax não gorduroso e não há excesso de pele.

Grau II: ginecomastia difusa em tórax com mais tecido gorduroso, onde as margens do tecido não são bem definidas. A associação com lipoaspiração do tecido gorduroso ao redor é freqüente.

Grau III: ginecomastia difusa com grande excesso pele. Estes pacientes necessitam incisões externas à aréola, na pele, ou reposicionamento do complexo aréolo-papilar ou as duas associadas.

Cirurgia e Técnicas Atuais

A técnica cirúrgica depende do tipo de ginecomastia e de sua severidade. Existem três técnicas, que podem ser utilizadas separadamente ou em combinação: lipoaspiração (a mais simples), lipoaspiração ultrassônica (considerada por muitos como o tratamento de escolha para a maioria dos casos) e mamoplastia redutora (nos pacientes com redundância de pele).

Os principais problemas relacionados ao tratamento cirúrgico da ginecomastia são irregularidades na superfície da mama e alterações no formato ou na posição do mamilo. O edema pós-operatório dura cerca de 7 a 10 dias e o déficit de sensibilidade local em geral é transitório, durando no máximo um ano na maioria dos casos.

A cirurgia consiste em um corte pequeno em forma de semicírculo na parte inferior da aréola (mamilo). A cicatriz não é aparente e fica praticamente invisível com o tempo. O cirurgião retira a glândula de consistência dura e aumentada, que deverá ser examinada por um patologista. “Nos casos de ginecomastia gordurosa, a cirurgia pode ser feita com lipoaspiração da gordura mamária. Nesse caso, o ‘caroço’ que se apalpa é pequeno e a correção pode ser feita através de um pequeno furo, por onde o profissional penetra a cânula”, explica o cirurgião-plástico Romeu Fadul Júnior.

A escolha de anestesia local ou geral é de preferência pessoal e depende em parte do tamanho da mama e da incisão. Em homens adultos mais velhos com grau I de ginecomastia, anestesia local é a mais fácil. Com grau II é mais difícil e anestesia geral é mais confortável.

“A utilização da lipoaspiração tem ajudado muito no tratamento da ginecomastia, pois auxilia a melhorar o formato e evitar o efeito de ‘prato de sopa’ (depressão central acentuada)”, complementa Fadul. As ginecomastias de grau II podem ser corrigidas somente com lipoaspiração com bons resultados.

Porém, muitos pacientes com ginecomastia fibrosa e endurecida necessitam de procedimento cirúrgico aberto como, por exemplo, os halterofilistas. Ou seja, se o tecido for muito glandular, lipoaspiração pode não dar um bom resultado.

A correção da ginecomastia grau I (localizada) é geralmente um procedimento cirúrgico simples. O grau II é mais difícil e apresenta uma série de problemas. Ondulações da pele torácica podem ocorrer após a cicatrização, podendo levar a depressão no centro ou nas periferias da lesão. A combinação entre cirurgia e
lipoaspiração dá os melhores resultados.

“A complicação cirúrgica mais comum é o hematoma. Pequenos hematomas são comuns após correção da ginecomastia grau II. Retração areolar pode ser evitada nos pacientes com grau I, mas é mais difícil evitar nos pacientes com grau II devido a natureza gordurosa do tecido encontrado”, mostra Dr. Fadul. Para o médico, a aparência ondulada de pele depende do planejamento cirúrgico realizado. “Depressão excessiva das margens ou da área central depende de quão cuidadoso e planejado foi o procedimento”. A sobra de pele é mais comum no paciente idoso que no jovem e pode ser corrigida secundariamente, já que muitos pacientes têm retração de pele satisfatória.

O Dr. Romeu Fadul Jr. é formado em Medicina, pós-graduado e mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo

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